sábado, 31 de maio de 2025

Á minha querida filha!

 Querida Ana Carolina,


Escrevo-te com o coração cheio de amor e saudade.


Nunca cheguei a embalar-te nos braços, mas levo-te comigo todos os dias. O teu coração bateu dentro do meu durante vinte semanas — duas vidas a viver juntas, ligadas por um amor que nasceu no instante em que soube que existias.

Mesmo que o mundo nunca te tenha visto crescer, tu exististe. Foste real. E continuas a viver em mim, em cada pensamento, em cada silêncio, em cada sonho.


No dia 14 de fevereiro de 2019, o tempo parou. E contigo, levou-se um pedaço de mim.

Nesse dia, perdi-te. Mas nunca deixei de te amar.


Agora que se aproxima o fim de junho, o mês em que esperava conhecer-te, o coração aperta mais um bocadinho.

Este seria o teu mês. A tua chegada. O teu primeiro choro. O primeiro olhar.

Tinha tantos planos, tantos sonhos, tantos abraços guardados só para ti. Em vez disso, ficou um vazio imenso — mas também um amor que nunca desapareceu.


Imagino-te tantas vezes… com olhos vivos e riso fácil. Imagino-te a correr, a chamar por mim, a encher o mundo de cor.

Nunca ouvi o teu riso, mas ouço-o na minha imaginação.

Nunca vi o teu rosto, mas reconheço-te na luz de cada manhã.


Às vezes olho para o céu e procuro-te entre as estrelas. Gosto de pensar que és a que brilha mais, a que pisca só para mim.

E nesses momentos, falo contigo em silêncio.

Digo-te que te amo. Que nunca te esqueço. Que continuas a ser minha filha, mesmo sem teres crescido neste mundo.


Perdi-te antes de te conhecer, mas amei-te desde o primeiro instante.

E esse amor, minha filha, é eterno.


Com todo o amor que tenho,

Da tua mãe 💖

quarta-feira, 21 de maio de 2025

O Meu Processo de Emagrecimento: Uma Caminhada de Coragem, Dor e Esperança

Em criança, era uma criança normal. Não era obesa, nem me sentia diferente dos outros. No entanto, tudo mudou na minha adolescência. Tinha apenas 13 anos quando a minha mãe faleceu. Esse momento marcou-me profundamente e coincidiu com o início da puberdade. O meu corpo começou a mudar, mas não de forma natural — enfrentei um atraso menstrual devido ao síndrome do ovário policístico e vivi um turbilhão de emoções e traumas psicológicos difíceis de lidar.


Comecei a engordar de forma rápida e descontrolada. Ao longo dos anos, tentei várias vezes emagrecer, mas nunca consegui manter o peso desejado. O ciclo era sempre o mesmo: perdia um pouco, ganhava tudo de volta — e às vezes ainda mais.


Em setembro de 2009, após a separação com o meu primeiro companheiro, cheguei a pesar mais de 130 quilos. Lembro-me que nesse primeiro mês sozinha perdi algum peso e isso deu-me ânimo para continuar. Decidi focar-me e cuidar de mim.


Nos primeiros tempos tomei produtos da Herbalife — admito, foi uma escolha consciente para ajudar a desinflamar o fígado e reeducar o meu corpo a comer de forma saudável. Com essa ajuda inicial, e com muita dedicação, consegui descer até aos 86 quilos.


Mas o verdadeiro trabalho veio depois: comecei a cuidar realmente da alimentação, fazia exercício físico com regularidade — jogging, sets de flexões e abdominais, e quando chovia, bicicleta estática em casa. Em setembro de 2012 já estava com 68 quilos e, por mim própria, ainda consegui chegar aos 65.


Em agosto de 2013, estava nesse peso quando sofri um grave acidente de viação com o meu atual marido. Nessa altura, trabalhava em dois sítios e fazia cerca de 20 quilómetros de bicicleta por dia. Era extremamente ativa e sentia-me bem com o meu corpo e estilo de vida.


O acidente mudou tudo. Fiquei lesionada na coluna e no joelho direito. Passei de uma pessoa ativa para uma vida sedentária. E, admito, deixei de ter cuidado com a alimentação. Cometi muitos erros. Voltei a engordar tudo aquilo que tinha perdido — e talvez mais.


Cansada deste corpo, frustrada por não conseguir, sozinha, voltar ao que já fui, tomei uma decisão importante: pedi ajuda médica. Sim, estou atualmente no processo para a cirurgia bariátrica. Não é uma decisão fácil, mas é um ato de amor-próprio e coragem.


Já comecei a mudar a alimentação e a caminhar — ainda não todos os dias, mas com força de vontade sei que irei conseguir.


A partir de agora, vou usar este espaço para partilhar convosco todo este processo, com transparência, verdade e esperança.


Se tu que me lês estás a passar por algo semelhante, se sentes que precisas de ajuda mas não tens coragem de a pedir, fala comigo. Estou aqui para apoiar, como tantas vezes eu precisei de apoio. Talvez juntos possamos tornar o caminho um pouco mais leve.


Fica por aqui, acompanha esta jornada. E, acima de tudo, nunca desistas de ti.