Querida Ana Carolina,
Escrevo-te com o coração cheio de amor e saudade.
Nunca cheguei a embalar-te nos braços, mas levo-te comigo todos os dias. O teu coração bateu dentro do meu durante vinte semanas — duas vidas a viver juntas, ligadas por um amor que nasceu no instante em que soube que existias.
Mesmo que o mundo nunca te tenha visto crescer, tu exististe. Foste real. E continuas a viver em mim, em cada pensamento, em cada silêncio, em cada sonho.
No dia 14 de fevereiro de 2019, o tempo parou. E contigo, levou-se um pedaço de mim.
Nesse dia, perdi-te. Mas nunca deixei de te amar.
Agora que se aproxima o fim de junho, o mês em que esperava conhecer-te, o coração aperta mais um bocadinho.
Este seria o teu mês. A tua chegada. O teu primeiro choro. O primeiro olhar.
Tinha tantos planos, tantos sonhos, tantos abraços guardados só para ti. Em vez disso, ficou um vazio imenso — mas também um amor que nunca desapareceu.
Imagino-te tantas vezes… com olhos vivos e riso fácil. Imagino-te a correr, a chamar por mim, a encher o mundo de cor.
Nunca ouvi o teu riso, mas ouço-o na minha imaginação.
Nunca vi o teu rosto, mas reconheço-te na luz de cada manhã.
Às vezes olho para o céu e procuro-te entre as estrelas. Gosto de pensar que és a que brilha mais, a que pisca só para mim.
E nesses momentos, falo contigo em silêncio.
Digo-te que te amo. Que nunca te esqueço. Que continuas a ser minha filha, mesmo sem teres crescido neste mundo.
Perdi-te antes de te conhecer, mas amei-te desde o primeiro instante.
E esse amor, minha filha, é eterno.
Com todo o amor que tenho,
Da tua mãe 💖