Há meses que passam despercebidos.
Mas julho, esse não — faz questão de se fazer notar.
É como se me tivesse escolhido, ano após ano, para me lembrar da força que nem sempre sei que tenho.
A 5 de julho, foi a vez da vesícula.
A 28 de julho, um tratamento delicado ao útero.
E agora, será o pulso — esse companheiro de dores e silêncios — a passar pelo bisturi da esperança.
Julho tornou-se o mês das cirurgias, das salas frias, dos cheiros estéreis e dos olhares calmos dos profissionais de saúde.
Mas também é o mês dos recomeços.
O corpo dói, sim. Mas ao mesmo tempo, liberta-se. Corrige o que precisa, arruma o que incomoda.
Não sei se é sina, destino ou só uma coincidência teimosa…
Mas sei que em julho tenho aprendido a cuidar mais de mim.
E talvez isso seja, afinal, a maior cirurgia de todas.
Espero com isto voltar à estrada, ao volante da grande roda,
percorrer as estradas da Europa com sorriso no rosto e a música na minha boca.
Porque é na liberdade do caminho que o meu coração acelera,
E eu sei que ainda tenho muito para conduzir, viver e cantar.
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